A resposta é não!! E se você está se perguntando por que dar um filhote fofinho não é uma boa ideia de presente de Natal, a gente vai explicar direitinho.
Um animal, em primeiro lugar, não é um objeto; trata-se de um ser vivo, que tem sentimentos, e só isso já seria razão suficiente para justificar que não seja equiparado a um brinquedo ou qualquer outro objeto que se costuma presentear crianças e namorados.
Cães e gatos são considerados seres sencientes e isso significa que eles são emotivos e passíveis de sofrimento, e a ciência já comprovou isso!
A título de informação, em agosto de de 2019 foi aprovado no Senado um Projeto de Lei (PLC 27/2018) que visa criar um regime jurídico específico para os animais; o PL ainda não virou lei no Brasil, mas quando isso acontecer (esperamos que em breve), os animais passarão a ter natureza jurídica sui generis, ou seja, animais não serão mais considerados bens móveis, tornando as punições aos maus tratos mais severas, isso porque a nova lei discute a humanidade do ser humano e sua capacidade de relacionar-se com outras espécies.
E o que tudo isso tem a ver com o pet como presente de Natal?
Para inserir um animalzinho no lar e na família, é preciso muita responsabilidade. Cães e gatos (para falarmos apenas dessas suas espécies) vivem, em média, 12 anos, ou seja, será responsabilidade do tutor por mais de uma década, e para isso é preciso não apenas querer, mas planejar e avaliar se cabe na rotina e no orçamento da família. Sim, da família, porque a presença de um pet numa casa envolve todos que moram lá!
Alguns pontos a considerar quando você quer ter um pet na família:
Eles precisam de cuidados básicos com sua alimentação;
Podem adoecer e precisar de cuidados veterinários, remédios e até cirurgias;
Precisam ser educados;
Precisam de atenção e carinho, caso contrário podem adoecer (sim, pets podem sofrer de depressão);
Precisam ter seu próprio cantinho para se sentirem seguros;
Precisam passear e socializar;
Eles fazem cocô e xixi e é preciso ensinar o local adequado, e manter esse local limpo (ou você gosta de usar banheiro sujo?);
Quando você precisar viajar, eles precisarão ficar aos cuidados de alguém, seja num hotel ou com algum cuidador;
Eles não devem ter acesso à rua, pois podem sofrer acidentes, violência de humanos, atropelamentos, envenenamentos e uma série de outros males.
Percebe quanta coisa está envolvida na inserção de um pet numa família? Isso já é razão de sobra para não ser um presente, pois nenhum tipo de presente implica em tantos cuidados e responsabilidades, não é mesmo?
Ah, mas os criadores vendem os pets para serem presenteados
Sim, isso é verdade. Infelizmente há no Brasil muitos criadores irresponsáveis cujo único objetivo é a venda; eles visam apenas o lucro e enxergam os filhotes como um passivo que eles necessitam passar adiante para não terem prejuízo, ou seja, o apelo do presente de Natal é uma ótima estratégia de marketing para desovar no mercado as crias de suas matrizes.
Não é errado comprar um cão ou um gato de um criador responsável, mas se ele está vendendo como presente de Natal você já deve desconfiar! Quem cria animais com responsabilidade, geralmente não os vende sem antes entrevistar o comprador e saber se ele está preparado para receber essa preciosidade em sua vida!
Mas e se eu for num abrigo e adotar um cão? Toda a reflexão é a mesma! A única diferença é que você não vai pagar pelo cachorro ou gato, mas mesmo sendo um animal adotado a responsabilidade é a mesma, aliás, muitas vezes um cão ou gato adotado pode trazer mais gastos, pois muitos têm saúde fragilizada devido às condições em que viveram até ali.
Sejamos conscientes! Vamos disseminar essa ideia e, quem sabe, reduzir o número de animais abandonados?
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